Data Magna : O pontapé inicial para a correção de um erro

  • Data Magna

  •  
O pontapé inicial para a correção de um erro

25 de março de 2019

Fhilipe Augusto - Texto
Tiago Stille - Fotos
Há mais de 130 anos o Ceará assumia o pioneirismo no Brasil e libertava seus escravos, mais precisamente em 25 de março de 1884, quatro anos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea. Com a iniciativa, tornou-se a Terra da Luz, uma referência simbólica à claridade da liberdade dos negros escravizados, oriundos majoritariamente dos países africanos Congo e Angola. A iniciativa rende até hoje símbolos e homenagens que remetem à época, como o Centro Cultural Dragão do Mar, o Plenário 13 de Maio na Assembleia Legislativa, o Palácio da Abolição, dentre outras referências.

Até chegar a esse momento de libertação alguns fatos importantes ocorreram na província Ceará e tiveram extrema ligação com o processo abolicionista. O principal deles foi o Movimento dos Jangadeiros, que teve início em janeiro de 1881, fechando o Porto de Fortaleza para o embarque de escravos. Outro fato ocorreu na Vila do Acarape – atual município de Redenção, em 1º de janeiro de 1883, quando 116 escravos daquela localidade foram emancipados. A cidade é conhecida como Rosal da Liberdade.
O Movimento dos Jangadeiros foi encabeçado por Francisco José do Nascimento, conhecido também por Dragão do Mar ou Chico da Matilde, mulato natural de Canoa Quebrada e que havia se tornado prático da Capitania dos Portos. Nesta luta, ele teve ao seu lado a liderança de Antônio José Napoleão, ex-escravo que comprou sua alforria, da mulher, dos filhos e dos amigos, levando-os para morar nas dunas de Fortaleza, o que os fez se tornarem jangadeiros.

Para o professor Hilário Ferreira, cientista social e mestre em História Social, além dos abolicionistas historicamente conhecidos, como Dragão do Mar e José do Patrocínio, todo esse processo de pioneirismo cearense teve fundamental participação dos atores diretamente ligados à causa, como Antônio Napoleão e a esposa Preta Simôa, e Negra Esperança, que morava entre dois traficantes e se arriscava ao dar abrigo aos escravos que fugiam das fazendas.

“É por causa desses negros, em todo um processo de luta e de resistência para não se separar dos seus (familiares) e serem vendidos para o Sudeste, que há um processo de luta que se encerra no processo de abolição no Ceará”, comenta Hilário Ferreira.
Influências
Além da reflexão sobre os erros a não serem repetidos, esse período deixou muitos costumes e interferências no dia-a-dia da nossa população. Podemos identificar isso em áreas como a música, vocabulário, culinária, entre outros.
“Você tinha durante todo o século XIX, do ponto de vista cultural, o samba de umbigada, o que no Maranhão ainda hoje se chama samba de crioulo. Tinha encontro de sambas na Avenida Imperador, no bairro Damas, em Sobral. Outra manifestação cultural desses povos era a festa do Congo, a burrinha, o bumba meu boi. Com o tempo, a festa do Congo vai se reelaborando e nasce o maracatu. Sem falar no vocabulário, palavras como moleque, caponga, munheca, bunda, umbigo”, ressaltou o professor Hilário Ferreira.
Um pedaço da história
Primeira cidade a abolir a escravidão, Redenção guarda um pouco dessa história em forma de museu. Instalado na antiga fazenda da família Muniz Rodrigues, o Museu Senzala Negro Liberto foi inaugurado em 2003. No local, visitantes podem conhecer espaços ocupados no século XIX por senhores e escravos.
O museu preserva ainda a casa grande da fazenda, senzala, documentos de compra de terra e livros de contabilidade escritos na época com caneta de pena pavão, moedas antigas e até objetos que eram utilizados para torturar os escravos. O piso da casa grande tem buracos que eram feitos para que os senhores ficassem sempre vendo o comportamento dos escravos na senzala, que acomodava de 50 a 60 escravos.
Convivência
A cidade de Redenção continua sendo ocupada por brasileiros e africanos nos dias atuais. Desta vez, não mais com relações de exploração por um dos lados, mas de integração em busca de educação. Criada em 2010 e instalada em 2011, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) funciona como um elo de ligação entre os povos do Brasil e das nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os países africanos, com a finalidade de promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional.
Pós-escravidão
A comemoração da Data Magna cearense neste 25 de março é um momento importante para reflexão sobre os erros do passado e se o pós-escravidão de fato libertou os negros. Indicadores sociais e econômicos mostram que ainda há uma distância entre pessoas de cor no Brasil, colocando aqueles de pele mais escura predominantemente na parte baixa da pirâmide social do nosso país, sem falar na discriminação racial ainda presente em nossa sociedade.

Para fomentar o respeito e a igualdade entre as raças, o Governo do Ceará criou em 2010 a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, que teve à frente, entre 2015 e 2018, a professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Maria Zelma de Araújo Madeira. Para ela, “esses problemas são colocados na sociedade e demandam atenção por parte do poder público, quando incluídos na agenda governamental, por meio das politicas transversais de promoção da igualdade racial”.
Podemos destacar algumas ações da Coordenadoria, que hoje faz parte da Secretaria de Proteção Social, Justiça, Mulheres e Direitos Humanos, como a criação e implementação do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial e a reelaboração e a implementação do Plano de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial. O Ceará também firmou convênio com a União para o Projeto Municipalizando a Promoção da Igualdade Racial no Ceará e aderiu ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
Coordenadoria de Imprensa do Governo do Ceará
Casa Civil
comunicacao@casacivil.ce.gov.br
(85) 3466.4898
Share:

Nenhum comentário:

Ouça no Rádios Net

Ouça a Rádio Quixabeira Ao vivo

Clique na Imagem e Ouça a Rádio Quixabeira

Cuidar das Pessoas

Cuidar das Pessoas
Avançar o Ceará

Cuidar das pessoas, avançar o Ceará!

VALE GÁS SOCIAL

VALE GÁS SOCIAL
PROJETO MAIS FUTURO ASSARÉ

ASSARÉ TEM

ASSARÉ TEM
ANTENA DIGITAL

Cadastro de carteirinha para Crianças comTEA

Cadastro de carteirinha para Crianças comTEA
Cadastros das Carteirinhas CIPTEA

Curta nossa Página do Facebook

PROGRESSO

PROGRESSO
Utilidades Domesticas Lrda

MAX DIGITAL

MAX DIGITAL
TUDO DE INFORMATICA / SMART PHONES / ELETRÔNICOS

SEM LIMITE TELECOM

SEM LIMITE TELECOM
A MELHOR INTERNET DA REGIÃO

BIOGRAFIA DE CICERO FERREIRA

BIOGRAFIA DE CICERO FERREIRA
Cícero Ferreira Lima, filho de Raimundo Nonato e Telma Ferreira, nasceu no dia 06 de Julho de 1970. E casado com Vanusa Alcântara e pai de Bruno Ferreira, músico profissional e acadêmico de odontologia. Cicero foi criado na região central da cidade, pois sua mãe, era dona de um restaurante no Mercado Central, onde trabalhava diariamente a onde acolhia os filhos quando voltavam da escola. Cícero, desde criança, gostava do Mercado onde fazia suas piruetas, mas por ser muito curioso, aproveitava a maior parte do tempo observando e até manuseando os novos aparelhos eletrônicos que apareciam, trazidas por camelôs ou pelas lojas de eletrodoméstico. Iniciou no ramo ligado a tecnologia fazendo gravações e reproduções em fitas K7 das músicas que faziam sucesso em discos ou pelas bandas musicais, que ele gravava ao vivo nas festas que acontecidas na cidade. Com o aparecimento das antenas parabólicas tronou-se um especialista na montagem daqueles equipamentos, montando este equipamento nas residências de vários municípios da região. No entanto, ao tomar intimidade com uma câmera fotográfica, sentiu que levava jeito para retratar profissionalmente todos os objetivos para onde direcionasse a objetiva. Neste mesmo período, nos anos de 1990, surgiram no mercado as famosas câmeras videocassete. Desta época em diante, muda de fotógrafo para cinegrafista, fazendo cursos por correspondência para melhor manusear aquele equipamento. Ao adquirir os equipamentos, passou a viver exclusivamente desta arte. Mas, além das filmagens que fazia por encomendas, (casamentos, aniversários, batizados etc.) Cícero passou a filmar para arquivo pessoal e hoje históricos, o Assaré com suas riquezas. No seu arquivo pessoal guarda imagens das festas populares na cidade e na zona rural, competições esportivas, vaquejadas, artistas populares no meio da feira, momentos religiosos e tantas outras manifestações do povo. Querendo um canal para veicular o seu trabalho, fundou com João Varjota a TV Assaré Online. Desfeita a socieda, criou a TV Quixabeira do Assaré, um meio de comunicação que coleciona uma larga audiência, diante da sua legião de ouvintes. Cuidadoso com a sua profissão, Cícero Ferreira adquire constantemente novos equipamentos de filmagem a edição para dá maior qualidade ao seu trabalho. Suas câmeras são todas profissionais. Membro de uma família musical, Cícero é músico profissional. Toca trombone e por muitos anos fez parte da Banda Manuel de Benta de Assaré.

Players e Redes Socias

Twitter Twitter Facebook Instagram Email

O LEITE VOLTOU

O LEITE VOLTOU
Programa PAB

JÉSSICA LEITE

JÉSSICA LEITE
ADVOCACIA & ASSESSORIA

mset digital

mset digital
(88) 99298-8747

CANINANA

CANINANA
conferida no nosso novo CD!!

OS MELHORES PRODUTOS PARA SUA CONSTRUÇÃO

TOTAL DE VISUALIZAÇÕES DO SITE

Arquivo do blog