Homicídio no Cariri Morto a tiros em Caririaçu ex-detento da PIRC e suspeito de ataques criminosos

    “Belo” já tinha várias passagens pela polícia (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Em 30/09/2019 às 11:20
Após três meses e meio sem o registro de homicídios em Caririaçu, um homem foi assassinado na noite deste domingo naquele município. Por volta das 20h30min o ex-presidiário da Penitenciária Industrial e Regional do Cariri (PIRC), Robério Martins Moura da Silva, de 31 anos, o “Nego Belo”, foi executado com cerca de 10 tiros. Ele chegava em sua casa na Rua Raimundo Lacerda Machado Souza no Bairro Umari quando foi atocaiado e morto por dois homens que se aproximaram numa moto.

Ele era suspeito de envolvimento nos ataques criminosos semana passada em Caririaçu quando tentaram incendiar a agência dos Correios e atearam fogo no CREAS. No local do crime, de pouco movimento e um tanto escuro, ninguém soube dar informações sobre os autores. Nego Belo respondia por crimes de ameaça, violência doméstica, lesão corporal, arrombamento e tráfico de drogas. No dia 30 de março de 2013 ele foi preso na Rua José Neves da Cruz (Conjunto Edmilson Leite) após agredir sua companheira Eliene Ferreira de Freitas, de 20 anos.

Voltou a ser preso no dia 29 de setembro de 2014, na Rua Prefeito Luiz Morais (Bairro Paraíso) ao agredir sua ex-namorada. Ele tinha um relacionamento com uma menor e vinha tentando reatar desde que saiu da cadeia pública dias antes. Belo invadiu a casa da adolescente e demonstrava muita agressividade chegando a desferir socos, pontapés e tentar estrangulá-la, deixando escoriações no pescoço e nos braços. Além disso, proferiu ameaças caso contasse à polícia o que foi feito pela mãe da garota.

Foi o primeiro homicídio de setembro em Caririaçu e o terceiro de 2019 no município ou 33% em relação aos nove registrados no decorrer do ano passado. O último deste ano tinha acontecido no dia 14 de junho no Sito Lages quando populares mataram a tiros Francisco Silvano Barbosa de Oliveira, de 39 anos, que residia no Sítio Santa Luzia em Lavras da Mangabeira. Ele e outros dois que fugiram estavam assaltando e chegaram a roubar R$ 3,6 mil de um comerciante. Silvano respondia por crimes de assaltos e portes de armas em Aurora, Várzea Alegre, Caririaçu, Lavras da Mangabeira e Missão Velha.




Por Demontier Tenório
Miséria.com.br
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São Paulo Homem entra em lanchonete fingindo assalto e morre baleado por policial militar à paisana

     Ronaldo Lopes de Lima era servidor público; ele morreu após fingir assalto em                      lanchonete (Foto: Arquivo pessoal)
     
Em 30/09/2019 às 11:17
Um servidor público morreu baleado por um policial militar à paisana em uma lanchonete na noite deste sábado (28) em Cosmópolis (SP). Segundo a Polícia Civil, a vítima teria entrado no local anunciando um assalto de brincadeira e foi atingida com três tiros. Um simulacro de arma foi apreendido. Ronaldo Lopes de Lima, de 45 anos, morreu no local.

Segundo o boletim de ocorrência, a polícia foi acionada por volta de 20h para atender uma ocorrência de roubo. No local, o policial militar relatou que estava de folga lanchando com familiares quando o homem entrou e se dirigiu a ele anunciando um assalto, “aos gritos”, pedindo dinheiro e depois circulou pela lanchonete falando “perdeu, perdeu”.

Em seguida, o militar se levantou e anunciou que era policial, pedindo que a vítima largasse a arma, mas neste momento, ele teria se virado e apontado o objeto para ele. O policial, então, disparou três vezes contra a vítima.

Ainda de acordo com o documento, o policial seguiu o protocolo e retirou a arma da vítima, e então, neste momento, percebeu que era um simulacro.

O PM ainda teria saído à rua em busca de outros suspeitos do roubo, mas não encontrou ninguém. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada.

Em depoimento à Polícia Civil, uma das testemunhas disse que não viu arma com a vítima quando ela entrou no local, que ele só fingiu estar armado. A testemunha também disse que conhecia Lima e que ele costumava fazer sempre esse tipo de brincadeira, simulando estar assaltando o local.

A perícia foi acionada e o médico constatou a morte do homem no local. O policial militar foi liberado após prestar depoimento. A arma do policial e um simulacro foram apreendidos para perícia. O caso foi registrado como homicídio simples.

A Polícia Civil disse que instaurou inquérito para investigar o caso. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que também foi instaurado Inquérito Policial Militar para apurar a ocorrência e que o policial não vai ser afastado durante as investigações.

Vítima trabalhava no Departamento de Água municipal

A Prefeitura de Cosmópolis informou que Lima era servidor público e estava lotado na Secretaria de Saneamento Básico desde 2011. Ele era auxiliar de serviços no Departamento de Água municipal. Por nota, a prefeitura informou que lamenta a morte do servidor.

“A Prefeitura Municipal de Cosmópolis e o prefeito José Pivatto lamentam o incidente fatal que envolveu um servidor público municipal e prestam condolências e solidariedade aos familiares, amigos e colegas de trabalho, nesta hora de profundo pesar.”

O corpo de Lima está sendo velado no Velório Municipal, mas a funerária ainda não informou o horário do enterro.

Fonte: G1 CE


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Assista Assessor de deputado do PSL posta vídeo atirando em foto de Lula

      Assessor de deputado do PSL posta vídeo atirando em foto de Lula (Foto: Reprodução/ 180 Graus)

Em 30/09/2019 às 11:14
Um assessor parlamentar do deputado estadual Andre Fernandes (PSL), conhecido como Inspetor Alberto, publicou neste domingo (29/09) nas redes sociais um vídeo em que aparece atirando em uma foto do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. As informações são do Brasil 247.

No vídeo, o Inspetor Alberto se dirige ao ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, que revelou semana passada o desejo de atirar no ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal.

Assista vídeo aqui.

180 graus

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Maconha em foco Senado libera uso medicinal da cannabis; Eduardo Girão pontua e pede cautela

     Em discussão no Senado, Girão destacou que a ciência tem demonstrado que, para algumas pessoas, a             maconha medicinal causa a piora da saúde (Foto: Agência Senado)
     
Em 30/09/2019 às 11:11
Autor de um projeto de lei (PL 5.158/19) que prevê a distribuição do canabidiol (CBD), - uma substância extraída da planta da maconha -, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que não contempla outras substâncias medicinais produzidas com a planta, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) defendeu que o assunto não pode ser tratado apenas com emoção, mas com responsabilidade.

Em discussão no Senado, Girão destacou que a ciência tem demonstrado que, para algumas pessoas, a maconha medicinal causa a piora da saúde. O senador também apontou vícios de inconstitucionalidade e problemas de juridicidade para votar contra a SUG 6/2016, que, de acordo com ele, já está contemplada no ordenamento jurídico brasileiro.

Em tempo
A liberação da maconha para uso medicinal deu um pequeno, mas importante passo na última semana no Senado. Em meio a muita polêmica, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) acatou, na quinta-feira (26), uma sugestão legislativa (SUG 6/2016) sobre uso da cannabis medicinal e do cânhamo industrial – variante da cannabis com menor concentração de tetraidrocanabinol e sem ação psicoativa relevante. A proposta vai tramitar como projeto de lei na Casa




Por Redação
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109 ocorrências consumadas Número de pessoas capturadas por atos criminosos sobe para 147

     Número de pessoas capturadas por atos criminosos sobe para 147 (Foto: Reprodução)

Em 30/09/2019 às 11:08
Sobe para 147 o número de pessoas capturadas por ações criminosas no Ceará. Destes, 114 são maiores de idades e 33 são adolescentes. Ao todo foram registradas 109 ocorrências consumadas. Os dados foram divulgados neste domingo (29) pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e são referentes à contagem iniciada no sábado (21).

As capturas fazem parte da operação “Contra-ataque”, que tem como objetivo o cumprimento de diversos mandados de prisão e de busca e apreensão contra suspeitos de integrarem uma organização criminosa envolvida em homicídios e outros crimes. Ao todo, 120 policiais civis e 30 viaturas participam da operação.

As forças de segurança pública também seguem mobilizadas em evitar novos delitos. Participam dessa mobilização a SSPDS, a Polícia Civil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros Militar e a Perícia Forense do Estado do Ceará.




Por Redação
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Fim de regalias em presídios provoca rombo de R$ 4 milhões por mês no crime organizado no Ceará

Fim de regalias em presídios provoca rombo de R$ 4 milhões por mês no crime organizado no Ceará

A nova onda de ataques neste mês de setembro é atribuída à facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). A motivação seria o fim das regalias dentro dos presídios desde o início do ano, após a mudança na política de administração sobre as unidades penitenciárias – que teria acabado com um esquema milionário de venda e oferta de bens e serviços para os presos que beneficiava as facções.

Um levantamento da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) indicou que um mercado clandestino montado dentro do sistema prisional chegava a movimentar, por mês, cerca de R$ 4 milhões.

Na prática, o crime organizado arrecadava dinheiro com a venda de bens e oferta de serviços para os presos, além de outras cobranças. A informação foi apurada pela TV Jangadeiro e confirmada pela SAP.

Itens como drogas, cigarros, celulares, carregadores, chips, televisores, controles remotos, água mineral, refrigerante, produtos alimentícios e de higiene entravam nas celas mediante o pagamento de altos valores feitos pelos presos ou familiares às facções criminosas.

Cláudio Justa, membro do Conselho Penitenciário (Copen), explica que a descoberta foi na operação Masmorras Abertas. “As organizações cobravam uma espécie de mensalidade das famílias para garantir a preservação da vida daquele interno que, muitas vezes, não estava faccionado. Variava entre R$ 50 e R$ 300. Era a GDE que mais ostensivamente fazia essa mercantilização”.

Também havia a oferta de favores e serviços sexuais, além de prostituição por meio de pessoas infiltradas em dias de visita que entravam como supostas companheiras de presos usados no esquema. O domínio das organizações criminosas nas unidades era tanto, que os chefes cobravam até pelo espaço onde o detento iria dormir. A prática se intensificou ainda mais com a superlotação das unidades.

Uma cama de casal com base e colchão em modelos acima da média do mercado, com molas ensacadas e espuma confortável custa cerca de R$ 2.500. Já no presídio, um pequeno espaço de cimento de 1.80 m x 75 cm de largura, conhecido como comarca, chegava a custar R$ 5 mil muitas vezes sem colchão.

Com a mudança da gestão no sistema prisional este ano, o acesso a regalias e facilidade passou ser combatido. Esta semana, durante o início da onda de ataques, o secretário Mauro Albuquerque ordenou expressamente rigor contra a facção GDE, apontada como autora dos ataques. “Fazer geral em todas as dependências onde tem alguém faccionado da GDE pra fazer e endurecer todos os procedimentos dentro da cadeia”.

O controle sobre as unidades prisionais foi um duro golpe sentido pelo setor financeiro do crime organizado. Facções criminosas que atuam no tráfico de drogas, como o PCC e o Comando Vermelho, não sentiram tanto o impacto, já a facção GDE, que tinha grande parte da arrecadação baseada nas atividades clandestinas dentro do sistema prisional, foi afetada diretamente pelas mudanças. Isso teria motivado os ataques por parte da organização.

O coronel do Exército, Walmir Medeiros, explica o fim das regalias nos presídios. “Celular hoje em dia é uma dificuldade dentro dos presídios. Até um tempo atrás, ficavam todos os presos soltos, agora não, cada um no seu local, aumentou a quantidade de presos traba
lhando”.

(Fonte  Tribuna do Ceará)
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Prefeitura Municipal de Assaré realiza Encontro da Família na Escola com sucesso

Prefeitura Municipal de Assaré realiza Encontro da Família na Escola com sucesso


O governo Municipal do Prefeito Evanderto Almeida por meio das Secretarias da Gestão e equipe Selo UNICEF realizou nesta manhã o I Encontro da Família na Escola, registrando a presença maciça dos pais. O Encontro é uma ação do Selo UNICEF 2017- 2020 a qual o Assaré está concorrendo e o objetivo deste projeto, é fazer valer as regras que constam nos planos político-pedagógicos das escolas da Rede Municipal de Educação, quando se refere às comunidades escolares, e por ser a dos pais, uma das mais importantes no processo de educar.

“Este evento é  um momento de partilha, quando os pais se conscientizam sobre o seu dever no processo de aprendizagem dos filhos” diz Vandinha Almeida sobre esta política pública.

O   Dia “D” da Família na Escola no Centro de Educação Infantil João Vicente de Oliveira da Serra da Ema, aconteceu com a seguinte programação:

Palestras com Renan Andrade falando sobre regras de trânsito na cidade;

A equipe do CRAS falou sobre a atualização do Benefício de Prestação Continuada - BPC junto ao Cadastro Único; O CREAS prestou orientações sobre o uso indevido do benefício; a equipe do Bolsa família retirou dúvidas;


A Secretaria de Assistência Social promoveu palestras sobre seus projetos direcionados às crianças e adolescentes e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA comentou as eleições para o Conselho Tutelar.

Foram prestados ainda os seguintes serviços: corte de cabelo, manicure, aplicação de flúor e outras ações da Secretaria de Saúde.



Na parte de recreação, os serviços de convivência e fortalecimentos de vínculos direcionados às crianças, realizaram contações de estórias, pula-pula, pinturas artísticas e brincadeiras.



Acompanharam as ações durante o evento, a Secretária de Educação professora Eldevanha de Souza, o Secretário de Cultura Vavá Gois, a Coordenadora de Políticas Públicas do Município e do selo UNICEF ativista Vandinha Almeida, o articulador do Selo UNICEF no Município Agnaldo Cândido, a Secretária-adjunta da Assistência Letícia Carvalho, a coordenadora da Educação Infantil da SME professra Graça Melo, a coordenadora do Centro Social Kelly Rodrigues, o coordenador do Bolsa Família Aprígio Domingos,  a coordenadora do CRAS Regina Elias e o prefeito Evanderto Almeida.

Convidado a se pronunciar, o prefeito Evanderto Almeida agradeceu aos pais pela atenção em comparecer a este momento de grandeza para o processo de ensino e aprendizagem, lembrando que como diz o antigo adágio popular, a educação vem do berço. “A tarefa de educar não depende exclusivamente do Poder Executivo, mas principalmente da família. A ela cabe a tarefa de acompanhar o desempenho do seu filho na escola, porque assim fazendo, está cumprindo a obrigação da sua parte no processo de formação da criança e do adolescente. O grande cidadão do futuro. Vamos nos engajar cada vez mais. Mandem os seus filhos para a escola. Elas estão abertas para receber os alunos e promover com eles uma educação de qualidade”, disse o prefeito.

O próximo encontro do Projeto Encontro da Família na Escola será no dia 11 de outubro, na Escola Antônio Ângelo da Silva, no aglomerado urbano de Bonita na Serra de Santana.

                                                            FOTOS DO EVENTO














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Prefeitura Municipal de Assaré realiza Encontro da Família na Escola



Prefeitura Municipal deAssaré realiza Encontro da Família na Escola 

O governo Municipal do Prefeito Evanderto Almeida por meio das Secretarias da Gestão e equipe Selo UNICEF realiza nesta manhã o I Encontro da Família na Escola. O Encontro é uma ação do Selo UNICEF 2017- 2020 a qual o Assaré está concorrendo. E o objetivo deste projeto, é fazer valer as regras que constam nos planos político-pedagógicos das escolas da Rede Municipal de Educação, quando se refere às comunidades escolares, e por ser a dos pais, uma das mais importantes no processo de educar.
Este será um momento de partilha, quando os pais saberão o seu dever no processo de aprendizagem dos seus filhos.  
O   Dia “D” da Família na Escola aqui no Centro de Educação Infantil João Vicente de Oliveira da Serra da Ema, acontecerá com a seguinte programação:
Palestras com Renan Andrade para falar sobre regras de trânsito na cidade;
A equipe do CRAS falará sobre a atualização do BPC junto ao Cadastro Único; O CREAS prestará orientações sobre o uso indevido do benefício;
A equipe do Bolsa família estará retirando dúvidas;
A Secretaria de Assistência Social falará sobre seus projetos direcionados às crianças e adolescentes e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA falará sobre as eleições para o Conselho Tutelar.
Serão prestados ainda os seguintes serviços: corte de cabelo, manicure, aplicação de flúor e outras ações da Secretaria de Saúde.
Na parte de recreação, os serviços de convivência e fortalecimentos de vínculos direcionados às crianças, farão contações de estórias, pula-pula, pinturas artísticas e brincadeiras.
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Mais membros da GDE irão para presídios federais

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Artista Espedito Seleiro é homenageado com o Troféu Sereia de Ouro

O cientista Fernando de Mendonça, a desembargadora Iracema do Vale e o médico Sulivan Mota também recebem a comenda do Sistema Verdes Mares, na sexta-feira (27), no Theatro José de Alencar

     Com vida e obra abraçadas pelo couro, Espedito Seleiro é referência desse artesanato sertanejo     Foto: Thiago GadelhaDesde criança, Espedito Velozo de Carvalho acorda antes de o sol raiar. Aprendeu com o pai e o avô, vaqueiros e seleiros desses que despertavam às 3h da madrugada, colocavam o café no fogo e serviam à família antes de iniciar o trabalho na fazenda. Após tanger o gado, cuidavam em fazer peças de couro, atividade que o artesão começou cedo a reproduzir.
O primogênito de Raimundo Pinto de Carvalho e Maria Pastora Veloso "nasceu com uma estrela" e dela nunca se desgarrou. Prova disso é o título de mestre com o qual é reverenciado dentro e fora do Brasil, em virtude da habilidade artesanal desenvolvida nestas quase oito décadas de vida. 
                                                   
"Como eu tenho sangue de seleiro, o meu pai fazia um chapéu grande para usar no dia a dia, e eu um menor, um chaveiro ou um enfeitinho qualquer. Ele construía um baú grande, e eu aproveitava os pedacinhos de couro para fazer uns pequenininhos, ali com ele, malinando em cima de uma mesa. O primeiro baú, aliás, eu fiz com 8 anos, dei pra minha mãe", lembra o artesão, conhecido como "Espedito Seleiro".
Natural de Arneiroz, no sertão dos Inhamuns, ainda criança mudou-se para Nova Russas, onde ficou até os 10 anos de idade. De lá, a família já crescida seguiu para Nova Olinda, no Cariri cearense. Até que no ano de 1958, em meio a uma seca que assolou o sertão, o filho mais velho, Espedito, foi tentar a vida nos cafezais paulistas.
Trabalhou por dois anos "nas terras do sul" e quando voltou para Nova Olinda, abriu uma bodega onde vendia "tudo em secos e molhados" e também a primeira sapataria, a fim de dar continuidade ao ofício ensinado pelo pai.
"Só que eu era novo demais e pensava que o mundo todinho era meu, aí comecei a brincar muito, farreei que nem um jegue e findei quebrado. Acabou o dinheiro, e a caderneta ficou cheia de conta pra receber. Se eu ia atrás de cobrar, o cara queria pagar era com briga. Aí não dava certo. Vim aqui pra dentro da rua, sem nada. Só com uma mulher buchuda", relata, referindo-se ao local que hoje é ocupado pela casa, loja, oficina e ainda pelo Museu do Ciclo do Couro, espaços construídos com o suor e a história da família.
                                 Espedito Seleiro herdou do pai e do avô a habilidade com o couro
                                                Foto: Thiago Gadelha

PRODUÇÃO

Espedito tinha 21 anos quando conheceu a esposa, Francisca de Brito Carvalho. Da união, nasceram nove filhos, mas somente seis sobreviveram. Para enfrentar as dificuldades, o casal recorreu novamente ao couro. "Eu fazia a peça, e ela costurava na máquina ou na mão. Aqui, tinha vaqueiro por todo canto, sabe? Aí eu fazia mais era sela e as roupas de couro, que era gibão, perneira, chapéu, luva, guarda-peito. O primeiro gibão que eu fiz, eu não tinha muita prática. Botei as mangas ao contrário", conta, ao mesmo tempo que ri da própria inexperiência.
Foi nesse período que ele recebeu uma encomenda desafiadora de um cigano da região. O homem, um dos Feitosa dos Inhamuns, queria uma sela diferenciada, que o destacasse frente aos demais.
Espedito aceitou a proposta, mesmo não estando certo do que poderia oferecer. Então, lembrou das cores. Fez o couro ficar marrom a partir da interação com a planta nativa angico; preto, após imersão na lama; branco, com a cinza da catingueira; e vermelho, com a base do urucum.
   Mestre Espedito supervisiona todas as etapas do processo artesanal em couro    Foto: Thiago Gadelha
"O cigano ficou satisfeito, e o povo que viu ficou todo admirado. Aí eu peguei o nome de 'Seleiro bom'. Os cabras diziam: menino, eu vou mandar Espedito Seleiro fazer uma sela pra mim, porque ô bicho que trabalha bem. É bonita a sela que ele faz", recorda, orgulhoso do próprio feito.
Em 1971, o artesão teve de lidar com a perda do pai. Trouxe para perto de si a mãe e os irmãos, e ensinou a eles, aos próprios filhos e, mais tarde, a dois dos cinco netos, o saber ancestral para garantir a todos o ganha-pão.
Nos anos 1980, porém, o mercado começou a decair, especialmente quando as funções do vaqueiro e do tropeiro foram perdendo força, e os ciganos já não circulavam como antes. Nem mesmo as feiras - Araripe, no sábado, Potengi, no domingo, e Campos Sales, na segunda - estavam dando o retorno, o que exigiu de Espedito uma renovação.
O mestre no Museu do Ciclo do CouroFoto: Thiago Gadelha

TRANSFORMAÇÃO

"É o seguinte: eu não vou parar de trabalhar com couro, porque é o que eu aprendi na vida. E eu não vou parar por três coisas: uma porque eu preciso de dinheiro. A segunda é que eu não sei trabalhar com outro movimento e, por fim, porque eu quero manter a tradição da minha família. Vou tentar e a partir de hoje, eu vou criar um estilo meu, que aonde eu chegar, o cabra pode é não comprar, mas fica com vontade. Vou criar um modelo, que Deus vai me ajudar e vai dar certo", desabafou com a esposa Francisca.
Aproveitou uma madrugada dessas e amanheceu com os moldes feitos. As cores, que antes se restringiam às selas, passaram para as sandálias e gibões. Esboça-se ali o futuro da família de seleiros, cujo passado jamais seria esquecido, visto que a mesma matéria-prima seguiria alicerçando a tradição.
Nos anos 1990, Alemberg Quindins, idealizador da Fundação Casa Grande, com sede em Nova Olinda, abriria a porta da oficina para o universo. Encomendou a Espedito uma "sandália de Lampião". Outra pessoa a iluminar o caminho foi a socióloga e secretária de Cultura do Ceará, Violeta Arraes (1926-2008).
Depois de ganhar uma alpargata vermelha de "Maria Bonita", ela resolveu encomendar uma bolsa ao artesão. Esses dois pares de pés viajantes levaram a estética do couro por todo o Brasil e parte do mundo.
"Foi quando eu fiquei mais conhecido. Alemberg me ajudou muito mostrando essa sandália dele, e dona Violeta Arraes também, que levava pra dar de presente aos artistas", comenta.
Nos anos 2000, veio o primeiro chamado para a fama. O artesão teve peças incluídas no figurino do filme "O Auto da Compadecida", do diretor Guel Arraes. Em 2005, criou calçados e acessórios para o desfile da Cava sidência da República Federativa do Brasil, pela sua contribuição à cultura brasileira. Das Universidades Estadual e Federal do Ceará, ganhou ainda o título de notório Saber em Cultura Popular, nos anos de 2016 e 2019, respectivamente.

lera (Verão 2006) na São Paulo Fashion Week (SPFW), marcando sua estreia na principal vitrine de moda brasileira. Na ocasião, Espedito assistiu ao desfile sentado em lugar de destaque na passarela, ao lado da esposa, dona Francisca, e do filho, Maninho.
O reconhecimento lá fora acompanhou o desenvolvimento aqui dentro. Em 2008, foi agraciado com o título de Mestre da Cultura Tradicional Popular do Ceará, concedido pelo Governo do Estado por seus relevantes serviços prestados à cultura e à arte; em 2011, recebeu a Ordem do Mérito Cultural, conferida pela Presidência da República Federativa do Brasil, pela sua contribuição à cultura brasileira. Das Universidades Estadual e Federal do Ceará, ganhou ainda o título de notório Saber em Cultura Popular, nos anos de 2016 e 2019, respectivamente.
Uma das peças da Coleção Cangaço (2015), desenvolvidas pelos irmãos Fernando e Humberto Campana em parceria com EspeditoFoto: Marcos Antônio

PARCERIAS

Como era de se esperar, o sucesso atraiu novos parceiros. Com os irmãos designers de renome internacional, Fernando e Humberto Campana, Espedito desenvolveu peças para a coleção Cangaço, a exemplo de armários, cadeiras, sofás e mesas de centro. O trabalho ganhou destaque na feira Design Miami, realizada em dezembro de 2015, nos Estados Unidos.
No mesmo ano, recebeu convites para desenvolver modelos exclusivos para as marcas cariocas Farm e Cantão. Nas visitas que os designers de moda e estilistas passaram a fazer com frequência a sua oficina em Nova Olinda, porém, o mestre sempre fez uma exigência: para fechar negócio, era preciso manter a essência das cores e os corações em arabescos, que ele havia internalizado no contato com a cultura cigana.
"A pessoa que quiser parceria comigo, tem que fazer o que eu gosto e o que eu sei. Comigo é assim. Se for para fazer um desenho baseado em você, eu não sou Espedito Seleiro. Me perdoe, mas não vou fazer o que eu não sei, trabalhar com traço de ninguém. Eu aprendi e foi Deus quem me ensinou. Eu não tive escola pra isso e eu não preciso também, o que eu faço é assim", observa.
Com essa segurança sobre a própria personalidade, o artesão protagonizou documentários, teses de mestrado, livros e cordéis; suas peças ganharam destaque em filmes, novelas e passarelas. Mais recentemente, em fevereiro deste ano, o criador também atravessou o Atlântico para apresentar suas peças na Embaixada do Brasil, em Londres; e cruzou a Marquês de Sapucaí, em março, num carro alegórico da Escola de Samba "União da Ilha do Governador", cujo enredo de 2019 era "A Peleja Poética entre Rachel e Alencar no Avarandado do Céu". Uma ala de brincantes vestidos com seu artesanato em couro também marcou a homenagem no Rio de Janeiro.
"Nunca pensei de ficar conhecido. Isso acontece de supetão, de uma vez, né? Às vezes, eu não tô nem esperando, aí acontece. Foi assim com o Troféu Sereia de Ouro", revela, sobre a comenda que receberá do Sistema Verdes Mares. "Eu acho legal pra todos nós que vamos ganhar essa homenagem. Isso dá mais valor às pessoas e tenho que agradecer a Deus e aos amigos que reconheceram, que me deram esse merecimento", afirma, certo da importância de figurar a partir de agora nesse grupo seleto de cearenses ilustres.
> SAIBA MAIS: VALOROSO RECONHECIMENTO
Criado em 1971 pelo chanceler Edson Queiroz e dona Yolanda Queiroz, o Troféu Sereia de Ouro é uma das mais tradicionais comendas do Ceará. Tem como objetivo homenagear personalidades que se destacaram em diferentes setores de atuação, contribuindo para o desenvolvimento do Estado.
É concedido, anualmente, pelo Sistema Verdes Mares, integrante do Grupo Edson Queiroz, em solenidade especial, realizada no Theatro José de Alencar. A honraria já foi entregue a 192 personalidades até então, brilhantes em atividades públicas e privadas, e que seguem inspirando gerações.
Nesta 49ª edição, além do artista Espedito Seleiro, serão agraciados com o Troféu Sereia de Ouro o cientista Fernando de Mendonça, a desembargadora Iracema do Vale e o médico Sulivan Mota.

PALAVRA-CHAVE:    


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BIOGRAFIA DE CICERO FERREIRA

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Cícero Ferreira Lima, filho de Raimundo Nonato e Telma Ferreira, nasceu no dia 06 de Julho de 1970. E casado com Vanusa Alcântara e pai de Bruno Ferreira, músico profissional e acadêmico de odontologia. Cicero foi criado na região central da cidade, pois sua mãe, era dona de um restaurante no Mercado Central, onde trabalhava diariamente a onde acolhia os filhos quando voltavam da escola. Cícero, desde criança, gostava do Mercado onde fazia suas piruetas, mas por ser muito curioso, aproveitava a maior parte do tempo observando e até manuseando os novos aparelhos eletrônicos que apareciam, trazidas por camelôs ou pelas lojas de eletrodoméstico. Iniciou no ramo ligado a tecnologia fazendo gravações e reproduções em fitas K7 das músicas que faziam sucesso em discos ou pelas bandas musicais, que ele gravava ao vivo nas festas que acontecidas na cidade. Com o aparecimento das antenas parabólicas tronou-se um especialista na montagem daqueles equipamentos, montando este equipamento nas residências de vários municípios da região. No entanto, ao tomar intimidade com uma câmera fotográfica, sentiu que levava jeito para retratar profissionalmente todos os objetivos para onde direcionasse a objetiva. Neste mesmo período, nos anos de 1990, surgiram no mercado as famosas câmeras videocassete. Desta época em diante, muda de fotógrafo para cinegrafista, fazendo cursos por correspondência para melhor manusear aquele equipamento. Ao adquirir os equipamentos, passou a viver exclusivamente desta arte. Mas, além das filmagens que fazia por encomendas, (casamentos, aniversários, batizados etc.) Cícero passou a filmar para arquivo pessoal e hoje históricos, o Assaré com suas riquezas. No seu arquivo pessoal guarda imagens das festas populares na cidade e na zona rural, competições esportivas, vaquejadas, artistas populares no meio da feira, momentos religiosos e tantas outras manifestações do povo. Querendo um canal para veicular o seu trabalho, fundou com João Varjota a TV Assaré Online. Desfeita a socieda, criou a TV Quixabeira do Assaré, um meio de comunicação que coleciona uma larga audiência, diante da sua legião de ouvintes. Cuidadoso com a sua profissão, Cícero Ferreira adquire constantemente novos equipamentos de filmagem a edição para dá maior qualidade ao seu trabalho. Suas câmeras são todas profissionais. Membro de uma família musical, Cícero é músico profissional. Toca trombone e por muitos anos fez parte da Banda Manuel de Benta de Assaré.

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CULMINÂNCIA DO MÊS ALUSIVO À PRIMEIRA INFÂNCIA

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SECRETARIA DO TRABALHO E ASSISTÊNCIA SOCIAL

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