O Cordel no São João no Arraiá dos Bastiões.
Louvável. Muito louvável o gênio criativo do quadrilheiro Germá Martins, da Quadrilha Araiá dos Bastiões da cidade de Tarrafas, ao trazer para o meio junino a Literatura de Cordel. Ao selecionar esta estrutura poética como tema, que fora muito bem explorado pelo grupo junino dos “Bastiões”, o acadêmico da ALB, colocou na baila, as intenções em séries, que passam pela desmarginalização de uma fonte literária de conteúdo popular, que por oito décadas fez parte do imaginário popular do povo brasileiro, (a Literatura de Cordel foi aceita em todas as unidades da Federação e não somente do Nordeste); chamar a atenção de que ela permanece muita viva, porque cultura não sucumbe e a outra proposta do quadrilheiro, é retirar os novos autores do anonimato.
Na quadra, a evolução dos brincantes cresce a cada passo, prendendo os olhares da assistência. Torna-se cativa daquilo que está vendo e aguça o imaginário sobre o que virá depois. O Arraía dos Bastiões, como nas óperas, vai crescendo até alcançar o ápice, onde tudo se transforma em maravilhas.
No grupo que têm a orientação do quadrilheiro Germa, o ponto de desfeche da apresentação, vem pontilhado de arte, emoção e mensagens. Isso sé dá, quando repentinamente, o poeta Cordelista Antonio Rafael sai da réplica ampliada das maletas de cordéis, sobe ao trono, é vestido pelo manto real e coroado imperador.
Para os que ainda não entendeu, (acreditamos ser pouquíssimos), a Quadrilha presta homenagens a Antonio Rafael, recentemente eleito “Tesouro vivo do Ceará” por sua lavra em poesia de cordel e por outro lado, mostrar que o cordel permanece coroado e amado. Que digam os seus súditos.
Parabéns aos brincantes, ao quadrilheiro e os assessores que colocaram este ano o Arraiá dos Bastiões na elite do São João cearense. E o cordel subiu degraus no conceito popular.
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