Antes tido como vilão, o semiárido ganhou status de parceiro na vida do sertanejo. E esta época em que os cearenses olham mais intensamente para o céu, na projeção de uma boa temporada de chuvas, é também propícia para as análise das políticas públicas que garantem desenvolvimento regional e permanência do homem do campo. Conheça esta história de fé e conhecimento na série de três matérias da Coordenadoria de Imprensa do Governo do Ceará.
“Eu dormia de noite e pensava se o carro-pipa não passar amanhã, como vai ser?´. Tinha dia que tinha água e dia que tinha não. Passava de dois, três dias”, narra Otília Sena, de 77 anos. A moradora da comunidade Aroeiras, no município de Aracati, representa uma das 127 famílias atendidas pelo sistema de abastecimento d´água entregue pelo Governo do Ceará e não esconde a emoção de enxergar na conquista o rosto do próprio marido que faleceu há quatro anos, sem poder ver a água passando pela torneira de casa.
“Eu, quando me casei, tinha 23 anos de idade e morava aqui mesmo na Aroeira. Do outro lado acolá, mais longe. Vim morar aqui nessa casa e graças a Deus não me faltou mais nada. Meu marido era agricultor, trabalhador, batalhador, e lutava muito pela comunidade. Foi uma pessoa com muita garra de andar atrás dessa água que ele morreu e não viu. Mas quem ficou viu, né?”, contou. “Eu trabalho aqui nesse roçado, mas quando tô limpando ele tá do meu lado, me ajudando. Eu tenho aquela fé que ele tá aqui mais eu”, se emocionada.
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